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US$ 67 bi sobe na previsão de déficit externo no BaCen – Recorde em 2013

25 / março

Instituição mantém em US$ 65 bi estimativa de investimento estrangeiro.
Resultado negativo das contas externas não é ‘financiado’ com investimento.

O Banco Central elevou de US$ 65 bilhões para US$ 67 bilhões a sua estimativa para o déficit em transações correntes, que é formado pela balança comercial, pelos serviços e pelas rendas, em 2013.

Se confirmado, o valor representará novo recorde histórico para a conta corrente, um dos principais indicadores das contas externas brasileiras. A série histórica do BC para este indicador tem início em 1947.
Até o momento, o maior déficit externo já registrado aconteceu em 2012, no valor de US$ 54 bilhões.

“Quando você tem uma retomada da economia, é natural que haja uma maior demanda por bens e serviços do exterior e que isso influencie o déficit em transações correntes. Também significa transferência de poupança externa para o Brasil, algo que é fundamental para ampliar os investimentos no país”, avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.

Resultado de fevereiro e do primeiro bimestre
Em fevereiro deste ano, o déficit em conta corrente somou US$ 6,62 bilhões, o que representa novo recorde para este mês em uma série histórica que começa 66 anos atrás.
No primeiro bimestre deste ano, ainda segundo números oficiais, o resultado negativo da conta de transações correntes somou US$ 17,99 bilhões, ou 4,82% do PIB, o que representa um forte crescimento de 105% contra igual período do ano passado (US$ 8,77 bilhões, ou 2,5% do PIB). Deste modo, o déficit externo dobrou no primeiro bimestre deste ano.
Expectativa para balança comercial piora
A piora na estimativa do BC para as contas externas neste ano está relacionada com a piora da balança comercial brasileira – que já acumula um déficit de US$ 5,5 bilhões no ano, o pior da história para este período. A previsão para o superávit da balança comercial neste ano caiu de US$ 17 bilhões para US$ 15 bilhões.
Ao mesmo tempo, a expectativa da autoridade monetária para os outros componentes das contas externas não se alterou tanto. A previsão de resultado negativo para a conta de serviços passou de US$ 43,7 bilhões para US$ 43,6 bilhões neste ano e a estimativa para o déficit na conta de rendas passou de US$ 41,4 bilhões para US$ 41,3 bilhões em 2013.
No primeiro bimestre deste ano, porém, o déficit na conta de serviços subiu 12,2%, para US$ 6,82 bilhões, ao mesmo tempo em que o resultado negativo na conta de rendas cresceu 88,9% nos dois primeiros meses deste ano, para US$ 6,5 bilhões.
No caso das rendas, segundo o BC, o aumento aconteceu por conta das remessas de lucros ao exterior, que somaram US$ 4,24 bilhões no primeiro bimestre deste ano, com alta de 180% contra o mesmo período de 2012 (US$ 1,5 bilhão).

Investimentos estrangeiros
A autoridade monetária também manteve em US$ 65 bilhões sua estimativa para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira deste ano. No primeiro bimestre deste ano, a entrada de investimentos externos no país somou US$ 7,5 bilhões – o que representa uma queda de 17% frente a igual período do ano passado (US$ 9,05 bilhões).
Com isso, a expectativa da autoridade monetária para o resultado negativo da conta corrente não será integralmente “financiado” pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira – algo que, se confirmado, não acontece desde 2001.

Financiamento do déficit externo
Quando o déficit não é “coberto” pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Analistas alertam, entretanto, que em um cenário de juros baixos (que reduz o ingresso de divisas para aplicações financeiras) e crescimento menor do PIB, a atratividade da economia brasileira também é menor – o que pode significar problemas no financiamento do déficit das contas externas.
Na parcial de 2013, até dia 15 de março, US$ 3,48 bilhões deixaram o Brasil. Em igual período do ano passado, houve ingresso de US$ 18,65 bilhões no país. Ou seja, houve uma reversão de mais de US$ 20 bilhões de 2012 para 2013.
Para Tuliio Maciel, do BC, entretanto, os números de financiamento externo ainda são “confortáveis”. “Temos taxas de rolagem muito favoráveis para o país em um cenário de ampla liquidez internacional. Há uma situação confortável para o financiamento do déficit das transações correntes do país”, declarou ele.

Fonte: G1

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