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Regulamentação dos contratos de terceirização: afinal, isto é bom para quem?

25 / abril

 
Não dá para continuarmos tratando referidas relações como se fossem lutas entre pobres e ricos, coisa de patrão e empregado.
 
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Trata-se de uma tensa e ampla discussão sobre as vantagens e desvantagens, a respeito de um tema que já circula no Congresso há mais de 10 anos. O que se pode afirmar é que não se versa de uma questão ideológica de partido A ou partido B, mas sim de uma necessidade iminente de regulamentação de uma matéria que afeta a maioria dos brasileiros, desde empregados a empregadores. Diante de todas as discussões dos últimos dias, principalmente, no que se refere as alegações politizadas desta aprovação, sinto a necessidade de trazer à tona, que as relações de trabalho mudaram, e muito, ao longo dos anos. Não dá para continuarmos tratando referidas relações como se fossem lutas entre pobres e ricos, coisa de patrão e empregado.
 
Há muito tempo percebe-se que essa interpretação retrógrada de uma balança que já começava pesando mais para o lado do Empregador, também já não é mais real. Uma estrutura em que o empregado era sempre visto como a vítima de uma briga e que o empregador era o vilão que explorava, denegria e violentava a classe trabalhadora. A realidade que vejo, atualmente, não é mais bem essa. O que sinto na pele e presencio, na atualidade, como empreendedor, é uma classe trabalhadora imprudente, despreparada e apressada por grandes resultados a curto prazo, muitas vezes sem os devidos esforços. Uma geração imediatista, que quer tudo para aquela hora. Por exemplo, em vários processos de entrevista de trabalho, não é mais o empregador quem faz a entrevista, mas, sim, o empregado. Este sabe de “cor e salteado” seus direitos, mas não sabe e não tem o mínimo interesse de conhecer seus deveres e responsabilidades. Meta, em algumas circunstâncias, absurdamente, é vista como assédio moral.
 
Não se pode mais ter em mente que lucro é considerado pecado e empreendedor não pode ser visto como “bandido”. É hora de mudar. A terceirização tem sofrido avanços consideráveis desde os anos setenta, considerando, principalmente as crises econômicas globais, as quais também pôde ser observada em países desenvolvidos. Temos que ter consciência de que a terceirização, longe de ser a causa de problemas econômicos, é, na verdade, parte de uma economia desenvolvida de mercado e que já acontece em mais de 17 países entre eles, Alemanha, Suécia, Bélgica, Noruega, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Bélgica, Japão, China e Austrália. A terceirização, de maneira essencial, é fonte de riqueza.
 
Estudos comprovam que locais onde leis trabalhistas são muito rígidas, geralmente são também lugares ruins para se fazer negócio e, o Brasil tem sido um péssimo local por vários motivos (corrupção, carga tributária, educação, violência, etc.). Nos dias atuais, por exemplo, pouca gente se aventura a investir ou abrir vagas de trabalho no Brasil. Nessa lógica de se fazer justiça social aproveitando-se da classe empresária, que é a verdadeira empregadora, a Justiça do Trabalho quase sempre ignora a lei e julga segundo a força financeira do empresário, que, em tempos de crise, não sabe de onde mais tirar dinheiro.
 
Para se ter uma ideia do tempo em que se vive as empresas no Brasil, tem muito empresário que mesmo com as contas totalmente no vermelho e desesperados para manter a empresa aberta, só não demite porque não tem dinheiro para fazer as absurdas rescisões trabalhistas. A situação de manter empregado um colaborador que não se enquadra mais nos valores da empresa é algo que não beneficia nem o empregado, nem o empregador.
 
Frente a todo o exposto, torço para que possamos melhorar nossas políticas de fortalecimento, nossa capacidade empresarial e de retomada dos processos de qualificação dos trabalhadores, o que não vem, infelizmente, acontecendo. Quem defende arduamente a manutenção da CLT e chega até a alegar que ela deverá ser rasgada após a aprovação da lei da Terceirização, está enganado. Essas pessoas precisam responder uma pergunta: por que em países classificados com as “melhores” leis trabalhistas exportam trabalhadores? Será que é porque não sustentam as suas economias?
 
Fonte: Administradores

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