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16 / janeiro
Números mostram crescimento nos últimos cinco anos na cidade e região; são mais de 690 mil dívidas
Nos bastidores da propaganda de crédito fácil, números expressivos dão indício de um momento delicado para a economia de Jundiaí e região. Com 301.092 negativações de crédito em 2011, a inadimplência dos consumidores aumentou 27% nos últimos cinco anos. Ao todo, são 690.273 contas não quitadas e 192.981 pessoas com as finanças no vermelho.
“Desde o Plano Real (1994), a dinâmica da economia brasileira está muito dependente do consumo das famílias, determinado pela grande oferta de crédito. Os juros praticados nas operações de pessoas físicas sempre estiveram altos, muito acima dos indicadores da inflação. Os casos do cheque especial e cartão de crédito servem como exemplos. Nos últimos anos, as famílias se endividaram muito para realizar o consumo”, avalia Cristiano Monteiro, coordenador do curso de Ciências Contábeis da UniAnchieta. Neste contexto, a consequência é quase previsível.
“Qualquer mudança no cenário econômico mundial e nacional afeta diretamente este indicador. A combinação consumo apoiado no crédito e juros altos leva a inadimplência.”
O leiturista da CPFL Rodrigo Manoel Louzada, 31 anos, perdeu o controle das dívidas exatamente por causa dos juros. Após um acidente de trabalho, em 2002, foi temporariamente afastado e demorou vários meses para começar a receber por meio da Previdência Social. Resultado: as contas foram acumulando e a situação se agravou.
“Chegou em um ponto que não tive mais o que fazer. O salário não dava para pagar aluguel, contas fixas do mês e ainda as dívidas. Acertei o que pude e com os locais que não consegui fazer um bom acordo, simplesmente esperei caducar.”
Insolúvel / Com quase R$ 10 mil em dívidas, Antonio Pedro da Silva, 62, motorista, não sabe quando voltará a ter crédito no mercado. Do salário de 1,5 mil que ele recebe dependem a mulher, uma filha e três netos. “Quero começar pagar as contas de menor valor, mas vai ser bem complicado”, diz, com simplicidade, sem saber exatamente como agir.
Sobe e desce
De 2010 para 2011, o aumento da inadimplência foi de 2% e, na comparação entre os anos de 2009 e 2010, houve queda de 3,32%. No ano passado, a maior variação ocorreu entre os meses de agosto e setembro com 27,5% de acréscimo das dívidas. Geralmente, no último trimestre do ano há queda por causa de rendimentos extras como o 13º salário.
100
É o número médio de consultas de crédito feitas diariamente no balcão de atendimento do SCPC na ACE.
Fonte: Dia a Dia