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Black Friday se espalha por todos os setores da economia brasileira

26 / novembro

A expectativa é que a data tenha a maior movimentação desde que entrou no calendário do comércio nacional: quase R$ 4 bilhões.

 

Faz pouco mais de uma década que os brasileiros foram apresentados à Black Friday. Na origem, nos Estados Unidos, era uma sexta-feira com promoções e descontos generosos no comércio. Mas, por aqui, ela foi ganhando importância ano após ano. Um fenômeno que se espalhou por negócios de ramos e tamanhos diferentes.

 

“Mal te conheço e já te considero ‘pacas’”, diz robô em loja.

 

A sedução e a tecnologia unidas para conquistar o consumidor e trazer ele de volta às lojas. A autônoma Renata Michielli e a advogada Sandra Michielli querem comprar eletrodomésticos nesta Black Friday e já começaram a pesquisar os preços.

 

“A gente vai aguardar a sexta-feira. Gostamos de um preço, mas a gente quer ver se chega num preço melhor”, conta Sandra.

 

Assim como Renata e Sandra, 56% dos consumidores se prepararam para gastar nesta sexta-feira (26) especial do ano. Mas tem também quem planeja comprar um produto e acaba levando outro. É o que aconteceu com seis em cada dez pessoas em 2020, segundo dados da Área de Inteligência de Mercado de Negócios em Publicidade da Globo.

 

Alcides da Silva Lima, por exemplo, esperou o ano todo para comprar um notebook em promoção. Não gostou dos preços e já desviou para outra área da loja: “Estou aqui até na área de celular agora”, diz.

 

Uma loja de uma grande rede de varejo fez o chamado “esquenta da Black Friday”, que começou no fim de outubro com alguns produtos em promoção. Desta quinta-feira (25) para sexta-feira (26), a loja vai ficar aberta 24 horas, com todas as prateleiras com descontos.

 

“A Black Friday, hoje, está competindo quase de igual para igual com o Natal. É um evento promocional muito forte. O mercado inteiro se prepara e se programa – tanto a indústria quanto o varejo – para esse momento. Então, ela tem uma representatividade bastante significativa no nosso calendário anual”, afirma Marcelo Ubriaco, diretor-executivo de operações das Casas Bahia.

 

Uma outra grande varejista, especializada em vendas online, reforçou a logística no fim de ano apostando em vendas bem melhores para 2021.

 

“De quinta para sexta é o grande momento que as pessoas entram para ver as vendas, mas já temos as vendas fortes desde o começo de novembro e esta semana também acelerando muito. Então, essa ‘semana Black Friday’ virou uma semana, não mais só um dia. A gente faz a contratação de final de ano, a demanda fica muito mais alta. A necessidade de pessoas no centro de distribuição também fica muito mais alta. Estamos contratando 5,5 mil pessoas, além de mais de 300 pessoas para o corporativo também”, diz Daniel Mazini, presidente da Amazon Brasil.

 

A expectativa é que a data este ano tenha a maior movimentação desde que entrou no calendário do comércio nacional em 2010. A previsão é que movimente quase R$ 4 bilhões no país, segundo a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

 

E não são só as grandes redes de lojas que prepararam promoções e eventos especiais para atrair o consumidor na Black Friday. Cada vez mais, pequenas e médias empresas têm aderido à semana de descontos para dar fôlego às vendas. Mais da metade delas esperam aumentar o faturamento com as promoções deste ano.

 

A Black Friday não fica só no comércio. Se estende para o turismo e até o setor financeiro e de serviços.

 

“Esse ano nós tivemos a adesão de vários setores que normalmente pouco participavam, como farmácias, supermercados. Então, está generalizando mais a Black Friday e o comércio, depois de um período difícil que enfrentou no ano passado, está procurando esse ano algum tipo de compensação”, afirma Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo.

 

Descontões em uma loja de doces portugueses para engordar o caixa e também, por que não, o consumidor? Haja tentação.

 

“A ideia é pastel em dobro. Você compra qualquer quantidade e você vai ganhar a mesma quantidade em dobro. Então comprou dez, vai levar 20”, ressalta a empresária Patrícia Soderi.

 

Uma outra loja faz vestidos especialmente para casamentos no civil e essa é a primeira Black Friday da pequena empresa. A dona de casa Karen Camila Fernandes de Almeida vai casar em abril.

 

Aproveitar para ganhar novos clientes e, quem sabe, dar uma forcinha para o amor.

 

“Quem sabe até arrumar até um noivo por aí e casar e aproveitar o desconto da ‘Black’, porque é só uma vez no ano”, brinca Vanessa Lucian, dona da loja.

 

Fonte: G1

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