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No primeiro semestre inadimplência cresceu 19,1%

16 / julho

O crescente endividamento nos últimos três anos e o descontrole do consumidor ao assumir novas dívidas fizeram com que a inadimplência registrasse alta de 19,1% no primeiro semestre de 2012, em comparação com igual período do ano passado, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Na relação anual – junho deste ano contra o mesmo mês do ano passado – a inadimplência do consumidor apresentou crescimento de 15,4%. Já na comparação mensal, junho contra maio deste ano, o índice teve queda de 0,5%.

Segundo os economistas da Serasa Experian, a renda do consumidor está comprometida, principalmente com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e de alto valor (veículos e imobiliárias), o que leva a um descontrole no gerenciamento da situação. Levantamento da Serasa Experian aponta que, em média, cada inadimplente carrega quatro dívidas não honradas e 60% dos inadimplentes têm dívidas acima de 100% de sua renda.

Ainda de acordo com os economistas, é importante destacar que o patamar da inadimplência poderia ser superior, mas a evolução da renda e o desemprego baixo estão atenuando este cenário.

Na decomposição do indicador, as dívidas não bancárias e as com os bancos foram as principais responsáveis pela alta do indicador no primeiro semestre, com variação de 21,6% e 22,1%, respectivamente, e contribuição de 8,6 p.p. e 10,9 p.p., respectivamente. Os títulos protestados também cresceram 6,3%, com contribuição de 0,1 p.p. Já os cheques sem fundos apresentaram queda de 5,9%, com contribuição negativa de 0,6 p.p.

O valor médio das dívidas com os bancos apresentou queda de 1,0% no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já as dívidas não bancárias, os cheques sem fundos e os títulos protestados tiveram alta de 16,3%, 11,8% e 6,3%, respectivamente.

Já pesquisa realizada pela Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), traça o perfil do inadimplente observando as causas, as formas de pagamento utilizadas, a intenção de pagamento e o nível de endividamento. A pesquisa foi realizada no mês de março, ouvindo cerca de 1100 consumidores. Os resultados são apresentados juntamente com o histórico recente da pesquisa. Algumas perguntas foram realizadas pela primeira vez, dessa forma não possuem ainda um histórico de comparação.

A pesquisa realizada em junho de 2012 mostrou que os consumidores ficam inadimplentes em mais de um meio de pagamento. Os entrevistados citam na média 1,4 meios de pagamento causando as restrições. 41,0% das pessoas declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Em seguida temos carnês, 29,9%, seguidos por empréstimo pessoal (21,3%), cheques sem fundo (20,1%) cheque especial (11,2%) e cartões de loja (9,5%).

O cartão de crédito vem aumentando constantemente sua participação como causador das restrições, acompanhando a crescente utilização deste meio de pagamento. Formas mais tradicionais de pagamento como os carnês, cheques e cartões de loja perdem espaço como causadores das restrições.

Nas faixas de renda familiar até três salários mínimos a porcentagem de consumidores que declaram o cartão de crédito como causador da restrição atinge 44,7% e cai para 30,1% nas faixas acima de 10 salários mínimos. Enquanto para as faixas até 10 mínimos os carnês/boletos vêm em segundo lugar nas causas da restrição, para as faixas acima de 10 mínimos o cheque sem fundo é o segundo maior causador das restrições (27,4%).

Os entrevistados citam na média a compra de 1,4 produtos ou serviços como causadores da dívida. Para 25,6% das pessoas entrevistadas uma das dívidas não pagas originou-se das compras produtos relacionados com alimentação, como por exemplo, supermercados e hipermercados. 23,1% citam a compra de calçados e vestuário e 21,9% a compra de móveis e eletrodomésticos como os causadores das dívidas. 17,5% citam outros bens e para 16,6% as dívidas foram originadas do não pagamento de contas de concessionários de serviços públicos. Nas faixas de renda acima de 10 salários mínimos a aquisição de outros bens (17,8%) e a compra de material de construção (17,8%) lideram as citações.

O desemprego continua sendo a maior causa da inadimplência, segundo os entrevistados, representando 32,3% dos casos, mas o descontrole dos gastos subiu bastante em relação à última pesquisa e hoje praticamente empata com o desemprego, com 29,8% das citações. O empréstimo do nome é a terceira maior causa, caindo de 9,4% (março 2012) para 6,9% das observações. O desemprego é a causa mais preponderante nas faixas de renda familiar até 3 salários mínimos (39,7%). Para as faixas acima de 10 salários o descontrole financeiro aparece como a principal causa (45,2%).

Quase a metade (48,7%) dos inadimplentes declara possuir uma conta em atraso que causou a restrição. 31,7% declara possuir entre 2 e 3 contas e 19% possuem 4 contas ou mais. A maioria (29,4%) das dívidas não pagas está abaixo dos R$ 500, mas 17,1% possuem dívidas abertas acima de R$ 5 mil. 16,6% entre R$ 1.000 e R$ 2 mil, 16,3% entre R$ 500 e R$ 1.000.

Segundo o levantamento, 10% dos inadimplentes declaram que não terão condições de pagar suas contas em atraso. Dos outros 90% dos consumidores que possuem restrição e espera ter condições de pagar a dívida, total ou parcialmente, 32,1% deles pretende pagar à vista e 67,5% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as parcelas, 60,9% pretendem pagar dentro dos próximos 30 dias, 26,9% entre 30 e 90 dias, 7,3% entre 90 e 180 dias e 4,9% negociaram prazos superiores a 180 dias.

Quando perguntados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas, 25,4% dos consumidores inadimplentes se declaram muito endividados, 30,8% acreditam estar mais ou menos endividados e 32,2% se declaram pouco endividados. Em março de 2012 eram menos consumidores muito endividados (22,2%).

Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as suas dívidas, com restrição ou não) 27,0% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 23,7% em março de 2012. 33,6% declaram que até 1/4 da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 39,4% declara ter entre ¼ e metade da renda familiar comprometida.

Aumentou o percentual de inadimplentes que declaram que as dívidas de hoje aumentaram quando comparadas com às do ano anterior. 38,4% dos entrevistados declararam que as dívidas aumentaram, esse percentual era de 29,7% em março de 2012. Para 33,8% as dívidas diminuíram (contra 33,3% em setembro). Para os que julgam que continuaram iguais a parcela passou de 37,1% para 27,8%.

Caiu a proporção de inadimplentes que julga que a sua situação financeira é melhor hoje do que no ano anterior. Em março de 2012 eram 49,4% que declaravam que a sua situação financeira atual é melhor do que há de um ano atrás. Em junho esse número caiu para 37,4%, enquanto a proporção dos que acreditam que a situação está pior passou de 17,2% para 21,2%.

Também diminui a porcentagem dos inadimplentes que acredita que a situação financeira estará melhor no próximo ano. 73,3% acreditam que a situação deve estar ainda melhor no próximo ano, contra 82,1% em março de 2012.

Atraso por mais de 30 dias em pagamento de condomínio cresce 22% em SP

A inadimplência no pagamento de cotas de condomínio na cidade de São Paulo está maior neste ano. É o que aponta balanço da Lello, empresa de administração condominial no estado.

De janeiro a maio, 4% dos boletos de condomínio emitidos aos moradores de apartamentos residenciais na capital paulista ficaram em aberto por 30 dias ou mais, contra 3,28% registrados no mesmo período de 2011. A alta foi de 22%.

O índice de inadimplência deste ano, no entanto, ainda é menor do que o registrado nos cinco primeiros meses de 2010, quando 4,34% dos boletos não haviam sido pagos por mais de um mês.

Neste ano as maiores taxas de inadimplência mensal foram registradas em fevereiro, abril e maio: 4,1% em cada mês. A menor, de 3,8% do total de boletos emitidos, foi em janeiro.

– “Uma inadimplência alta pode prejudicar o fluxo de caixa dos condomínios, que têm uma série de obrigações a cumprir pontualmente, como a folha de funcionários, encargos trabalhistas e contas de água, energia elétrica e gás, além de contratos de manutenção e conservação. Mas nos últimos anos os índices têm permanecido em patamares baixos, na média – diz Carlos Henrique, gerente de Cobrança da Lello.

Ele observa que o sinal de alerta deve se acender quando a inadimplência ultrapassa a marca dos 7% do total de boletos emitidos no condomínio.

– Nos últimos cinco anos os índices médios de inadimplência de quotas condominiais registraram quedas importantes, e quanto maior a redução, mais difícil diminuí-las ainda mais – ressalta.

Fonte: MonitorMercantil

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