Escritório de Contabilidade, Contador em Santo André - Control Sigma

Menu

Dólar opera em baixa, com investidores reagindo à negativa de Campos Neto sobre aumento da meta da inflação

28 / fevereiro

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,88%, vendida a R$ 5,1760.

O dólar abriu em queda nesta terça-feira (14), com investidores repercutindo a entrevista dado po Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (BC), ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na véspera.

O dirigente se disse contra o aumento da meta da inflação, medida que vem sendo defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias. Além disso, Campos Neto afirmou que não houve interferência política durante sua gestão no governo de Jair Bolsonaro e sinalizou que pretende criar boas relações com os integrantes do novo governo.

Às 09h20, a moeda norte-americana caía 0,33%, cotada a R$ 5,1588. Veja mais cotações.

O mercado segue atento, também, ao cenário internacional, com as expectativas para a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos e de discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

No dia anterior, o dólar fechou em baixa de 0,88%, vendido a R$ 5,1760. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 2,03% no mês. No ano, entretanto, ainda tem queda de 1,93%.


O que está mexendo com os mercados?

Ontem, o dia foi marcado por especulações de que a equipe econômica do Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão responsável por definir os objetivos oficiais de inflação – estaria estudando antecipar uma revisão das metas de inflação do país e possivelmente elevar o alvo a ser buscado pelo BC, com aval do seu presidente.

O dirigente, no entanto, foi enfático ao dizer, em entrevista, que não concorda com uma flexibilização da meta da inflação neste momento, o que agradou o mercado financeiro. Campos Neto pontua que, se o Brasil elevasse sua meta de inflação, a medida poderia ter um efeito contrário, além de elevar a percepção de riscos para investidores.

O CMN tem sua primeira reunião do ano e dentro do novo governo prevista para esta quinta-feira (16).

Especialistas consideram que, se o BC concordar com alterações na meta da inflação – principalmente na primeira reunião do ano -, o ato poderia ser interpretado como fraqueza da instituição diante da pressão do presidente Lula, que vem reclamando do atual patamar da Selic, taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano.

No exterior, investidores aguardam a divulgação da inflação dos Estados Unidos e o discurso de John Willians, presidente do Fed de Nova York. O mercado espera por sinalizações do rumo da trajetória das taxas de juros no país nos próximos meses.

Na última semana, as bolsas de valores americanas viveram a pior semana do ano até aqui, como consequência das expectativas de que os juros possam não cair tão cedo na maior economia do mundo, já que o mercado de trabalho segue bastante aquecido e isso pode gerar novas pressões inflacionárias. Com mais dinheiro nas mão da população, a tendência é de alta nos preços.

Em nota, a equipe de economia da Rico pontua que “um dado que corrobore que a inflação alta está ficando no passado pode impulsionar expectativas de que o Fed encerrará em breve o processo de alta de juros por lá”, o que deve ser benéfico para o mercado.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Neste contexto, investidores tendem a migrar dos ativos de risco para tais títulos, o que favorece o dólar frente moedas de outras divisas e também impacta negativamente o mercado de ações, principalmente os de países emergentes, como o Brasil.

Ainda no exterior, o produto interno Bruto (PIB) da zona do euro teve um crescimento de 0,1% no último trimestre de 2022, levando a região a crescer 1,9% durante todo o ano passado, em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Fonte: G1.

Faça seu comentário